quarta-feira 27/06/2012

La loba, la mujer, la liberdad…

Talvez seja impressão minha, mas tem épocas que toda a criatividade foge, todas as formas de expressão desaparecem e aquela sensação de tédio, monotonia, inutilidade parece preencher cada espacinho livre não só do pensamento, mas do corpo inteiro, tirando-nos a força para levantar de manhã e o sono durante a noite, sem contar a preguiça vencendo cada minuto do dia em que poderíamos fazer algo que gostamos ou que consideramos útil. Você nunca sabe quanto tempo essa inércia irá durar, e é provável que ela dure pouco tempo, mas até lá, parece que se passou uma eternidade.

Claro, você realiza todas as coisas do seu dia a dia, com bastante esforço, vai a escola/faculdade, trabalho, até mesmo encontra os amigos e durante esses breves momentos, você pensa que está tudo bem, ela já foi, mas é só o ócio e a solidão aparecerem por uns segundos que todo o esforço necessário para dar aquele passo para ir ao trabalho, faculdade e até mesmo encontrar os amigos, torna-se novamente algo praticamente impossível de ser feito.

É como se faltasse algo, um energético, aquela adrenalina que nos deixa ligados, aquela emoção que nos faz desejar, talvez até mesmo aquela paixão que nos embrulha o estomago enquanto pensamos se é ou não é, se dá ou não dá, uma história que quando bem escrita não nos deixa parar até sabermos o final. Não sei dizer exatamente o que é essa substancia, se seria a mistura de todas essas coisas, se seria uma vitamina ou algum nutriente contido em uma bola de sorvete de chocolate. Mas sem duvida é algo que quando perdemos, parece que chegamos ao limite dos nossos corpos e vontades.

Nessas minhas divagações a procura do que falta, ao invés do que eu tenho, encontrei um livro de uma Psicóloga chamada Clarissa Pinkola Estés, autora que me encantou, em seu livro A ciranda das mulheres sábias, curtíssimo, mas que na minha concepção fora incrivelmente poderoso, gostoso e fácil de ler, mostra diversas histórias abrindo a nós mulheres para nós mesmas, permitindo, através dessas histórias encontrar um pouco da sábia que existe em você.

Ontem me animei para começar a leitura de um outro livro dela, Mulheres que correm com os lobos, e não é que logo na introdução descobri o que seria esse misto de coisas que nos fazem desejar, querer, crescer e ser com tanta vivacidade e porque nos sentimos tristes como se faltasse esse ingrediente?! Dentro de cada mulher existe uma mulher selvagem, que não vive sem nós e nós não vivemos sem ela, pelo menos não plenamente. É ela que nos faz agir por nossos propósitos, nos faz reagir, é instintiva, protetora, criativa, capaz de gerar a vida e iluminar o mundo.

Nem precisei ler mais do que isso para entender perfeitamente que o que buscamos, é a nossa “eu selvagem”, capaz de dizer não ou dizer sim, mas sempre respeitando a si mesma, é perfeitamente de fazer aquilo que lhe convém mesmo que alguns achem isso errado, que quebre as leis da sociedade, é por ela que nos apaixonamos antes de nos apaixonar por nós mesmas, é ela quem queremos a nosso lado para encontrarmos o que nos é caro.

Quando a perdemos, nos sentimos infelizes, presas, usadas, porém completamente inúteis, nada parece certo e tudo é um sufoco, nos tornamos inseguras, carentes, dramáticas demais, sem graça e tristes. Perdemos nosso instinto, nossa força, parte de quem somos e do que somos capazes, ficamos completamente imóveis sem ela, com medo de tudo e de todos.
Mas mesmo que estejamos perdidas sem ela, vamos aos poucos e sempre procurando em todos os cantos aqueles que podem nos guiar até nossa “mulher selvagem”, e quando a encontramos, fica difícil larga-la, pois sem ela, a vida se torna vazia e insignificante.

Eu a perdi uma vez, ou talvez mais vezes que isso, ou ainda quem sabe, na verdade talvez nem a tivesse encontrado ainda. No momento acho que ela está um pouco afastada, mas sei que não a perdi. Porque, aquela vez, eu a deixei fugir, mesmo na época não tendo notado, e confesso que demorei a perceber, mas a encontrei, e quando a encontrei não pude deixa-la ir embora. Escolhi deixar alguém que até então amava, a perder a “mulher selvagem” que tinha encontrado. E sabe, mesmo nos momentos em que fiquei triste, com raiva, insegura e achando que estava errada, alguma força dentro de mim, me dizia para continuar, me dava um tranco e colocava para cima. Hoje sei, essa força, era ela. Não apenas os amigos e amigas que estavam do meu lado, mas também ela, sempre me guiando através das mãos deles, ou dos meus acessos de choro.

A Mulher selvagem, a loba, o nosso instinto de sobrevivência, nossa cede de viver, nossa força criativa, nosso orgulho protetor, nossas mais intimas dores e maiores experiências, vivemos através dela. E ela, só vive através de nós.
Aqui e agora, não posso mais me deixar abalar, não vou mais me deixar levar por algo que não quero, não vou mais servir de escudo ou arma, não serei mais a vitima e muito menos não pretendo mais deixa-la longe de mim nem mesmo um minuto, porque viver sem ela, é praticamente o mesmo que não viver.

No outro livro, na ciranda das mulheres sábias, eu li uma frase, que nunca sai da minha cabeça, era mais ou menos isso, “Viva sim, seja a força que está destinada a ser”, a vida é nossa, façamos dela o que acharmos justo, certo e onde e como quisermos.

Ande descalço, suba em árvores, faça sexo, faça amor, beije, viaje, diga não mais vezes, pinte o cabelo, corte-o, faça as unhas, arrume-se, bagunce, sorria, chore, ame, sinta tudo ao máximo, seja louca, grite, cante, manifeste seus desejos, de uma chance aos outros, de uma chance a si mesma. Experimente, sinta e viva.

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obs: mals ter sumido vida ta corrida! hehehe logo respondo os comentários e passo nos blogs! como é bom postar! hehehe