terça-feira 28/02/2012

Que venha o desconhecido



Seria fácil se existisse uma formula mágica que deixasse o que queremos esquecer para trás, se pudéssemos deletar todas as lembranças que nos deixam triste, que tudo aquilo que nos faz mal pudesse ser soterrado.

Não haveria tristeza, choro, e nada que pudesse tirar nossos pés do chão e nem nos empurrar de um desfiladeiro. Mas talvez se fosse assim, nos tornássemos ainda mais fracos do que já somos, menos corajosos, e os bons momentos que valem a pena ser lembrados, ficariam arquivados no meio de tantos outros.

Ainda assim, poderia haver um manual de como sobreviver, como se recompor, e como não se deixar abater por lembranças que um dia nos fizeram felizes, mas que hoje trazem alguma dor.

Essas palavras talvez não sejam um manual, mas quem sabe não ajudem alguém que ainda precise de força e coragem para seguir adiante, encontrei em minhas escolhas, em meus erros e acertos, nos momentos tristes e felizes a força que precisava para transformar tudo aquilo que achava que não estava em seu devido lugar, eu dei uma chance a mim mesma de experimentar.

Libertar-se do passado, abrir-se ao futuro e dar um chance ao novo, ao inesperado, é algo tão difícil que muitas vezes relutamos em aceitar, em nos deixar levar, preferindo ficar presos ao pouco que resta de algo que um dia foi bom, e nos fechamos para tudo que pode ser incrivelmente melhor.

Eu não entendo porque nós seres humanos somos tão ligados ao passado, sendo que vivemos somente falando sobre o futuro, aquilo que vamos realizar, com quem vamos casar, onde iremos morar, com quem iremos trabalhar, são tantas coisas que as vezes esquecemos que vivemos no presente e que nesse momento, o que acontecerá daqui 10 anos, dependerá do que for feito agora e não do que simplesmente desejamos ou das escolhas que fizemos anos atrás.

Pensando nisso pouco antes de dormir, decidi que não pretendo viver minha vida no passado, que aquilo que aconteceu por lá, aconteceu porque eu pensava no presente, que todas as minhas escolhas me fizeram quem eu sou, mas que não preciso me prender a elas para me lembrar disso. E é por isso que hoje, eu decidi me libertar, me soltar de tudo aquilo que me prende, que me segura e que não me deixa mudar.

Hoje guardo na memória aqueles momentos que despertaram o melhor em nós, jogo fora as magoas, as lagrimas, e as tristezas que mais de uma vez me derrubaram.

Hoje jogo fora as cartas e queimo promessas que sei que não serão cumpridas, finalmente, atiro ao mar o que resta do nosso amor, enquanto desejo a você toda a felicidade do mundo, na esperança de que nós finalmente sejamos livres para aquilo que o presente e até o futuro com certeza tem de melhor a nos oferecer.

Um brinde ao que está por vir.

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3 respostas a “Que venha o desconhecido”

  1. Hey Mari ^^

    Será que lembra desta? kkkk
    Lindo texto – realmente temos uma certa relutância em deixar nosso passado, acredito ser mais fácil permanecer e prender o que é bom como citou.
    Como sempre digo “o que não mata – vem a fortalecer”.

    Xxx ótimo find

    :: Loma

  2. Acho engraçado como nós mulheres temos tendência a sermos meio masoquistas e por vezes nos prender a lembranças que hoje não nos acrescentam nada e só serve para nos deixar triste, mas um dia elas se tornaram lembraças que daremos risada e aprenderemos com nossos e os erros dos outros!

    TIMTIM!!!

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