e ai eu me surpreendo…


Faz tempo desde a última vez que fui esquiar, dois anos e meio, é bastante tempo, principalmente em se tratando de um esporte que eu amo tanto. Uma mistura de medo, expectativa e ansiedade tomam conta de mim, há tempos não ficava assim.

Não sei ao certo se é só pelo tempo em que não sinto o vento gelado batendo no meu rosto enquanto desço a montanha o mais rápido que posso, ou se é a falta do frio gelando meu corpo enquanto subo no teleférico na contagem para chegar ao topo e poder fazer tudo de novo. Ou ainda se é nervoso pelo namorado ir comigo, como se isso fizesse tudo ser diferente, como se ele indo, fizesse a viagem pesar mais e a espera fosse infinita. A expectativa de ele ir me deixa nervosa, mas ao mesmo tempo incrivelmente feliz.

É possível que uma única coisa me faça sentir todo tipo de emoções contraditórias? Tenho medo dele se decepcionar, de não ser o que ele espera da viagem, acho que tenho medo de passando tanto tempo juntos ele veja que não quer mais ficar comigo, ou sei lá, tanto tipo de coisas que passam na minha cabeça, que até me fazem perder o sono, imaginando, criando e divagando sobre como será.

O mais ridículo, é que eu sei que só vou saber quando estivermos lá, e que por mais que eu tenha medo, também espero muito dessa viagem, e sei que no fundo, meus medos são infundados e estúpidos, mesmo assim, quem disse que consigo discutir com eles? E fico aqui, ansiosa contando os minutos, pensando 30 vezes no que levar, tentando planejar todos os mínimos detalhes, e sonhando com o que pode ser e o que não quero que seja.

É louco, sem dúvida. Ridículo, com certeza. E eu que achava que já estava boa em controlar meus sentimentos e pensamentos, que tinha um mínimo domínio sobre meu ser, me pego nessa situação, vendo que tudo o que aprendi sobre mim, desaparece e me deixa completamente vulnerável ao universo, como se qualquer confiança que eu aprendi a ter em mim, sumisse e desse lugar a incertezas, sem deixar espaço para que eu diga quem eu sou, e o que quero.

É, e eu achando que tinha aprendido a relaxar e deixar as coisas rolarem. Quem sabe numa próxima vida, ou quem sabe até lá aprendo realmente a deixar rolar.

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