Sabe, quando tudo parece que está errado, quando as coisas não saem como você planejou ou mesmo quando você tem que tomar alguma decisão importante, ou ainda, quando você tem medo de algo e pensa no que vai ser e o que não vai, o que pode sair dali e o que não.

Para ser bem franca, isso me acontece quase que o tempo todo, talvez eu seja covarde e não queira encarar o que está por vir, mas mesmo com medo eu acabo indo em frente e muitas vezes acabo com a cara no chão. Não que tenha medo de um tombo ou de alguns roxos, até porque, aprendi no fut, não dá pra fazer o que gosta sem se machucar de vez em quando, e os roxos e machucados que ficam marcados na pele são para lembrar-nos das coisas ruins e boas que aconteceram enquanto fazemos o que gostamos aquilo que faz a gente se sentir vivo. Não dá para jogar bola e não voltar para casa com algum roxo novo, assim como também não dá pra evitar sorrir quando fazemos um passe bonito, ou ainda, marcamos um gol.

Muita gente tem medo da bola, e confesso, as vezes ela machuca, mas e daí?! Com medo ou não, o único jeito de fazer algo certo em um jogo, é ir atrás dela, e de preferência não deixá-la sair do nosso lado. E é justamente nesses momentos em que estamos de bem com ela, que nos faz querer jogar sem parar e esquecer todos os machucados e dores que ela já nos fez sentir. E mesmo que um jogo termine com algum machucado mais sério, nos sentimos pior se não pudermos voltar a jogar, porque o problema de se machucar não é a marca que pode ou não ficar, mas sim, a dor que impede a gente de continuar fazendo algo que gostamos e queremos.

Acho que isso é valido para absolutamente tudo, e não só no futebol. Quando temos que tomar alguma decisão que envolva outras pessoas, bom, se nos importamos com ela, aquilo pode machucar tanto a elas quanto a nós, e por isso acabamos com medo de fazer algo que possa machucar os outros, principalmente quando eles não merecem sentir nenhuma dor.

Dá uma agonia pensar em uma atitude minha pode machucar alguém tanto a ponto de fazê-la partir ao meio, e pra piorar, me machuca saber que tenho o poder de fazer isso, porque não quero machucar ninguém, quero só viver a vida, me descobrir e ser feliz. Ninguém devia sofrer por isso, até porque é minha vida e de mais ninguém. Mas claro ninguém vive sozinho e muitos outros dependem de nós de certa maneira, o que sempre torna uma coisa que deveria ser fácil, uma confusão de ações, atitudes e pensamentos, principalmente porque podemos decidir algo agora, e no futuro, percebermos que foi uma decisão errada e ai ser tarde demais. Mas ao mesmo tempo, há sempre uma pequena chance de ser uma decisão certa, e quando lembrarmos de todo o estresse que foi para chegar nela, dar risada e ver que não foi nada demais, que simplesmente era para ser. Mas até lá, a duvida vai sempre aparecer para tirar o sono e colocar mil e uma idéias contraditórias em nossa mente.

É nessas horas, brigando com minha consciência que eu gostaria de fugir e só voltar quando não tivesse que me preocupar, que minhas decisões e atitudes não pudessem machucar ninguém. E se isso faz de mim covarde, bom, é muito provável que eu realmente seja, mas isso não significa que eu vá desistir de jogar.

1 resposta a “Alguma vez você já pensou em sumir?”

  1. Awn, Mari, de uma coisa eu tenho certeza: você não é nem perto de covarde! Essa vontade que temos de fugir, de largar tudo, não é por medo, mas sim por não querer forçar situações e sentimentos, por não querer fazer com que o outro sofra. E se tem uma coisa que está fazendo falta nesse mundo, é justamente isso, carinho e cuidado com o próximo. Outras pessoas na sua situação provavelmente já teriam tomado aquela decisão e magoado o outro – e você só não o fez pelo carinho e cuidado que sente. Não é errado e nem depreciativo querer fugir, sumir. É um sentimento que todos temos! Fica aquele peso no coração, não é mesmo? Mas no final das contas, somos apenas humanos, não é mesmo? Estamos aqui pra errar e aprender. Vou escrever isso, mas você já sabe, haha, de qualquer forma: se precisar de mim, é só chamar! *abraça*
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