E hoje eu fico mais sabia, porque velha definitivamente eu não me sinto, quer dizer, tirando uma dorzinha aqui, outra ali, hehehe, mas ainda me sinto com 15 anos, ansiosa em ir para asfamosas festas de debutantes em que em alguns casos eu estava entre as 15 garotas que representavam algo para a debutante da noite, envolvida por questões amorosas e desesperada com as provas que chegariam mais cedo ou mais tarde, mas que no momento eram esquecidas pela expectativa de chamar a atenção de algum menino, lembro das vezes que chorei desesperadamente quando eles não reparavam em mim, quantas vezes desejei ser mais alta, magra, delicada, bonita para que recebesse a atenção que queria. Lembro-me das horas no salão, fazendo mão, pé, cabelo, a expectativa de chegar na festa e a tristeza que era ir embora cedo, antes das coisas que esperava acontecessem.
Apesar de já fazer bastante tempo, continuo me sentindo como quando tinha essa idade, mas agora ao invés de não dormir a noite pensando no mocinho que fiquei na noite anterior ou na espinha que surgiu em meu rosto, as noites são passada em claro, ocupadas parcialmente por simplicidades que não tiveram tempo de ser feitas durante o dia, aproveitando os momentos livres para fazer coisas que gosto ao invés de me desgastar com questões que apesar de virem a tona de 5 em 5 segundos, não podem ser resolvidas por mim, apenas e quem sabe pelo tempo. Passo noites pensando no que devo fazer no dia seguinte, e no próximo, e às vezes até em como será a vida daqui para frente, e embora normalmente não cumpra a expectativa que tinha ao ir deitar, deixando a lista de tarefas se acumular ainda mais, acordo percebendo que não faço ideia de porque o faço e que embora fique mais velha, é como se nada mudasse realmente e eu me sentisse nem um pouco sabia, e sim apenas aquela garota confusa de 15 anos, que sonhava acordada com príncipes em cavalos brancos e que aos 24 apenas trocou os cavalos por carros e abriu mão das cores.
Sinto como se faltasse apenas um passo para mudar tudo o que acredito estar errado, mas ao mesmo tempo esse passo parece levar uma eternidade para se concretizar. É provável que seja apenas por não saber o que quero, apenas que quero algo e quero agora. E essa agonia do não saber e não conseguir colocar em prática transforma os sonhos da menina em impossíveis e os da mulher complicados demais para arriscar.
Acho que a diferença é que estando mais sabia pensamos nos perigos e dificuldades quando colocamos algo na cabeça, ao invés de apenas nos jogarmos no abismo esperando que algo ou alguém recupere nossos pedaços no final.
Outro dia estava no shopping com um amigo, e tive uma ideia idiota, andar de cavalinho na escada. Claro, era idiota, mas se fosse um pouco mais nova, não pensaria que ele poderia cair, teria apenas pulado em suas costas e esperado para ver o que aconteceria, mas antes de dar o impulso para pular, percebi os perigos ao redor e desisti da ideia.
Talvez esse seja o problema, o medo que tenho de errar, torna impossível andar e sem arriscar me machucar, fica difícil concretizar qualquer sonho da mulher, e quem dirá os sonhos impossíveis da menina.
É acho que quanto mais velhos ficamos, além de mais sábios, também nos tornamos mais fracos e medrosos. Deve ser por isso que a maioria das pessoas odeia comemorar mais um ano de vida, perceber que esta se tornando mais fraco e menos corajoso é um preço alto a pagar pela sabedoria e respeitos adquiridos pelo tempo.
Alias, quem sabe é por isso também que muitas vezes gostamos de comemorar em grande estilo, com altas festas e os amigos reunidos, para sentir alguma segurança e ter a sensação de que não estamos sozinhos e que mesmo sendo mais fracos, a elos fortes que nos manterão seguros no futuro.
E por falar em festa, meu deus, como a minha foi boa! Quase todos que eu convidei foram no lugar que eu escolhi, mesmo boa parte deles detestando ouvir música sertaneja, eles foram, beberam, riram, dançaram, e se divertiram, as fotos estão engraçadíssimas, e as histórias do dia seguinte ainda melhores, não poderia querer absolutamente mais nada, afinal, não é todo dia que reúno tantas pessoas queridas e tantas histórias são escritas.
É bom perceber, que mesmo que fique mais velha, mais sabia menos corajosa e mais fraca, posso ficar tranquila, que não importa que eu não saiba o caminho, que tenha medo de dar qualquer passo, sei que tenho muitas pessoas que vão me empurrar para o abismo quando for preciso e também aparar minha queda quando necessário.
Por isso, só posso dizer, obrigada. Àqueles que fazem da minha vida uma grande aventura, àqueles que me apoiam e também que brigam comigo. Obrigada a todos os meus amigos. E que esse novo ano que começa hoje pra mim, seja turbo!
Eu sinto falta dos meus 15 anos e de quando tinha menos que isso também. Acho que nunca perdi o meu lado mais infantil. Fato é que voltar a ser criança depois de um longo período “adolescendo” é muito bom.
Abraços, gostei daqui. E voltarei.
festas e amigos <3
Quando não sei o que quero, e aonde quero chegar, sempre escrevo os meus sonhos num papel. Tente escrever as suas metas, o que você deseja conquistar. Talvez isso fique mais claro, e então, você saberá quais caminhos seguir e quais decisões tomar!
Beijos, Mari <3
Ei, Mari. Postei de novo lá no blog 😀
Beijos!
Eu sinto falta de não crescer HKGFHGFHGFHK Não gosto do fato de que vou ter que virar adulta à força kk
Bjos e boa segunda!