Um dia será que passa?

Fazia algum tempo desde a última vez que seu coração bateu assim, fazia algum tempo que pensava se tinha tomado a decisão certa ou se tinha sido o por enquanto, maior erro de sua vida. Mas mesmo quando essas perguntas vinham na cabeça, as coisas caminhavam e iam lentamente tomando um rumo, tudo parecia se encaixar, e isso a fez acreditar que o caminho era seguro, o terreno firme, que tudo daria certo e que esse era o melhor se não para os dois, para ela.

Conversava um pouco com ele, nada muito intimo ou sentimental, apenas as coisas cotidianas, se distraia, e gostava dessa distração, era um momento gostoso, mas não forte o bastante para fazê-la duvidar do caminho que escolhera.

Pelo menos até aquele momento, que fez seu corpo reagir, que estragou um dia que deveria ter sido ao menos bom. Aquele momento, em que sentiu que algo se partiu, que perdeu algo importante de uma vez, como se a espera pela explosão de uma bomba nuclear simplesmente terminasse e dali não sobrasse nada. Tão forte foi, que até agora sente enjôo ao lembrar-se do que viu. E pior, a fez questionar todas as atitudes que a fizeram chegar até aqui, como se tudo que tivesse feito fosse errado, como se fechasse todas as portas que ela duramente abriu, e como se as outras a frente estivessem tão fortemente trancadas e nem mesmo as janelas a permitiriam sair dali. Deixando a duvida novamente preencher sua mente, enchendo-a dos talvez que antes a atormentavam.

Talvez tenha sido dura demais

Talvez não tenha sido paciente

Talvez as coisas se ajeitassem lentamente

Talvez não fosse mesmo para ser

Talvez esse seja o melhor caminho

Talvez não

Talvez ela só não queira vê-lo com outra

Talvez ela realmente só quisesse um tempo

Talvez agora ele não a queira

Talvez ele não a perdoe

Talvez ela tenha estragado tudo

Talvez de errado se tentarem de novo

Talvez ela tenha sido orgulhosa

Ou talvez, ela ainda o ame, mais do que pode e quer admitir.

E as infinitas perguntas que antes conseguiam ser deixadas de lado, não param de saltar em sua mente, mas sem força e coragem suficiente para serem feitas em voz alta.

Só sabe que aquela sensação de borboletas no estomago, quando uma mensagem chega, a torcida para saber se é dele, a decepção quando vê que não é, a ansiedade sobre o que falar, a duvida de ligar ou não ligar, como era costume, voltaram… Mas para o caminho que ela escolheu, e pelo tempo que passou, talvez ela não tenha mais direito a esse tipo de sentimentos.
Pedir perdão provavelmente não funcionará, e no fundo ela sente que é tarde demais para voltar atrás. Mas algo dentro dela ainda não abriu mão, ainda quer acreditar que acabou e que ela perdeu, será que existe alguma chance?! Ela se pergunta onde encontrar coragem para fazer as perguntas, e mais coragem para ouvir as respostas.

Talvez, quem sabe, tudo o que ela precise agora é de um pouco de sorte.

Feliz dia do blogueiro! Não era bem assim que eu pretendia comemorar, mas né.. quando a inspiração doida vem, a gente não pode jogar ela fora! hehe