Substantivo masculino
1. Direito, vantagem, prerrogativa, válidos apenas para um indivíduo ou um grupo, em detrimento da maioria; apanágio, regalia.
Privilegiado, Eu detesto essa palavra. Ela serve apenas pra fazer qualquer pessoa se sentir mal consigo mesma, desvalorizar todo ou qualquer esforço que você possa ter tido. Veja bem, não quero em nenhum momento minimizar aqueles que batalharam tanto pra superar a todas as adversidades, falta de sorte, preconceitos ou qualquer que seja a situação.
Sou privilegiada então talvez esteja na posição oposta a muita gente que não teve a mesma sorte que eu. Só quero dizer que nos últimos tempos, derrepente tudo o que eu conquistei, batalhei, sofri e me esforcei pra conseguir se tornou insignificante por causa essa palavra.
Que legal! você passou na faculdade que queria, parabéns, que sorte que você foi privilegiado em ter estudado em uma escola particular.
Ah você foi viajar pra fora do brasil, ainda bem que você é privilegiada de ter pais que puderam te dar isso.
Conseguiu um emprego legal! Foi indicação né?
Eu sei que sou privilegiada e não quero entrar numa discussão social sobre isso. Só quero poder receber meus méritos também e não ter tudo que eu faço jogado na minha cara como sendo um privilégio, como se todo meu esforço, dedicação e trabalho não significasse merda nenhuma, simplesmente porque eu sou uma pessoa que tive sorte.
Sim, nasci numa família funcional, estável em todos os sentidos, posso dizer inclusive que meu único “desprivilegio” por assim dizer é ser mulher. Isso não significa que eu não tenha tido que estudar, que me esforçar, que ir ao colégio, sofrer bullying – que na época era chamado só de ser criança e crianças podem ser más, sim. – Sobreviver ao colégio, escolher a faculdade, passar na faculdade, terminar a faculdade, encontrar um emprego e fazer tudo o que todos mundo faz, privilegiado ou não.
A verdade é que todo mundo tem uma escolha. Mesmo a pessoa não privilegiada ela pode sim, escolher o que é melhor pra ela. Talvez e realmente acredito que ela não tenha todas as opções que eu tive, – e nesse momento da minha vida, ter menos opções seria talvez um privilégio -, mas sem dúvida ela tem uma escolha. E essa escolha, é dela, não importa o quão privilegiada ou não ela é.
Essas escolhas, e tudo o que a pessoa faz pra chegar a onde quer chegar, todo o esforço, não acho certo ser menosprezado por a pessoa simplesmente ter sido agraciada por nascer com privilégios. E isso não significa que uma pessoa com zero privilégios não tenha que ser super parabenizada e valorizada por chegar onde chegou. Pelo contrário. Queria que as pessoas fossem incluídas, valorizadas pelo esforço e intenções realizadas ao invés de separadas e julgadas simplesmente por terem nascido de uma maneira ou de outra.
Eu sei, lindo, utópico e impossível… A história, o ser-humano, bla bla bla bla.. Sim, por isso que disse no começo, não quero entrar na discussão social, não acho que o fundamento dela está errado e nem nada disso, pelo contrário, entendo tudo isso, concordo e apoio, a diferença social é muito grande pra dizer que o mundo é minimamente justo ou qualquer coisa parecida. Sabe, a verdade, só quero ser valorizada pelo meu esforço em vez de julgada pelo meu privilégio.