If you can’t control, just go with it


Tanto tempo depois, ela sentiu o coração pulsar forte, as borboletas baterem no estomago, o sorriso esboçar nos lábios, aquela vontade de gritar, pular e dançar sem parar. Seria paixão ela se perguntava, ou talvez o cupido tivesse ficado maluco e disparado suas flechas para o mundo, deixando-a agir como se estivesse apaixonada, como se houvesse qualquer chance de se apaixonar por alguém, ou mesmo cogitar essa possibilidade.

Só pensar nisso já a assusta, ela estava determinada a não se entregar, a não se deixar envolver, a aprender primeiro a se proteger e depois quem sabe, se assim quiser, se deixar levar, mas parece que o destino tem outros planos, ou pelo menos é isso que seu cupido desnorteado dá a entender, fazendo-a se sentir como uma garota apaixonada, quando não há ninguém em vista para fazer seu coração disparar.

Ela culpa o destino, por privá-la de seu desejo, mas é mais provável que ele queira ensinar a ela alguma daquelas lições, a fazer justamente o contrário de sua vontade, a não se fechar, a não se proteger, talvez seja uma mensagem dizendo que algo bom está por chegar e que se não chegou ainda é só porque ela assim o afastou.
Sentada na varanda a luz do luar, ela ouve o vento a sussurrar:

– Onde está sua coragem menina? Onde está sua força? Use-a quando precisar, mas não feche as portas que eu abri.

Se foi o cupido que errou, com toda certeza o destino irá concertar, e se foi o que o futuro lhe prometeu, não é hora de recuar.

Desde que tudo aconteceu, os caminhos um a um tem sido desbloqueados e protegidos, até parecem encantados desde o momento em que ela se deixou levar.

E se assim tem funcionado bem para ela, bem, não há porque não deixar a correnteza leva-la mais uma vez, até que seja a hora de nadar.

Image:1