Toda vez que ele dizia que ela era a mulher da sua vida, que ele tinha certeza, ela não se permitia acreditar, achava que ele era um pouco louco, mas ficava com medo de magoá-lo e acabou aceitando suas palavras, quando achou que ele tinha dado uma chance a ela, e nunca ficou tão feliz, tão próxima a ele e tão próxima a si mesma.
Porque foi acreditar nessas palavras? Porque se deixou enganar? Porque não acreditou que estava certa, que não teria mais chance nenhuma? No fundo tinha certeza disso, mas se deixou levar, porque acreditou nas palavras dele. Acreditou naquelas, lembrou-se dos sonhos, dos desejos, das noites juntos, dos pequenos elogios, e das antigas promessas.
Porque quis acreditar nessas palavras justo agora?
Talvez pra descobrir que estava certa o tempo todo, descobrir que nunca foi a mulher da vida dele, que ele nunca a amou o tanto que dizia que amava, porque se amasse realmente, seria capaz de perdoá-la, iria querer isso pelo menos, iria dar uma chance, apesar do medo, não fugiria.
Mas se o orgulho, o medo e o rancor conseguiram vencê-lo em tão pouco tempo, sem duvida o que dizia sentir por ela não era amor. Os sonhos, desejos, palavras e promessas, nunca existiram de verdade e o pouco de verdade que existia ali, ficaria esquecido em uma gaveta, torcendo para nunca mais serem abertos, para serem soterrados e esquecidos para sempre.
Ele a ensinou a amar, mesmo com tantos defeitos, ela aprendeu a amá-lo por ser quem era, e gostaria de tê-lo ensinado á amá-la, aceita-la do jeito que era e não mudado tanto para ser aceita por ele.
Ela foi burra o bastante para achar que ele realmente a amava, que o que sentia por ela era maior que tudo, só esqueceu que quem ele amava, era alguém que ela não conseguiria mais ser, e hoje, ela gostaria que ao invés de tê-la ensinado a amar, ele a tivesse ensinado como esquecê-lo, para que essa dor pudesse desaparecer.