Acredito que todo mundo que viva no Brasil, bom pelo menos em São Paulo, já deve ter passado por alguma situação similar, na qual se sentiu fortemente prejudicado, invadido, azarado e principalmente revoltado.
Praticamente todo Paulista já foi assaltado. E não digo o assalto do governo nos preços abusivos praticados pelo mercado, digo assalto mesmo, onde você fica frente a frente com um vagabundo que não tem respeito nem pela mãe dele.
Recentemente, ou melhor, na madrugada do último sábado (28/03) para o domingo (29/03), estava pegando uma amiga que iria dormir em casa, em questão de 5 segundos, o tempo dela fechar a porta do carro e eu engatar a marcha para sairmos, fomos abordadas por pivetes demoníacos, que fecharam meu carro, desceram do carro prata 4 portas em que estavam e nos obrigaram a descer do carro em que estávamos. Não satisfeitos, ainda nos revistaram para roubar absolutamente qualquer objeto que tivéssemos, fosse ou não algo de valor monetário ou pessoal. E claro, não satisfeitos, ainda levaram meu carro embora.
Frustrada e irritada entramos no prédio, ligamos para a Policia militar, demos o alerta para o carro, que foi recuperado algumas horas depois, mas nesse meio tempo, não tínhamos como ir para casa, nem como avisar nossos familiares que estávamos bem e nem tínhamos ideia de que horas a policia chegaria para tomar nosso depoimento.
Ligamos mais uma vez, e a policia veio, fizemos um depoimento ali na hora, e fomos pra minha casa, no caminho encontraram meu carro, e pudemos recuperá-lo, mas claro, que os trombadinhas dos infernos, ficaram com minhas chaves, todas as coisas que tinham dentro do carro, o que incluía uma bolsa que descobri ser cara, meu celular, celular da minha amiga, bolsa da minha amiga, meus óculos de leitura e de sol, algumas roupas que estavam no carro entre outras coisas, até com o manual do veículo, sem contar os documentos.
Antes que me perguntem se eu estou bem, e me digam, “que bom que eles não fizeram nada com você”, deixe me dizer que sim, eles fizeram! Podem não ter feito agressões físicas e não terem me matado, mas sim caramba, me roubar é fazer algo comigo! É agredir emocionalmente! Não é “menos pior” só porque eles foram legais e não me mataram! Olha como soa isso, como se pelo fato de não terem feito nada grave comigo, fosse um motivo para agradecer como se eles fossem os anjos na terra. Sério! Não quero dizer que não estou feliz, por estar bem, sã e salva, mas não consider o que passei como algo que não me machucou de diversas formas.
Estamos tão acostumados com esse tipo de violência que o fato de eles terem “poupado” minha vida, significa que então está tudo bem, que eu não perdi coisas que para mim eram importantes, talvez não só financeiramente, mas principalmente emocionalmente. Como se o fato de terem me “poupado” justificasse que eles podem fazer o que bem quiserem com as minhas coisas, só por estarem sendo legais e não me sequestrado.
Gente, só eu acho que isso soa como uma versão deturpada da realidade, na qual na verdade, qualquer ato desses (estupro, sequestro, morte ou agressão física) deveria ser agravante do fato principal que foi ter sido roubada, e não levieandade (essa palavra existe?!) do fator principal, como se isso justificasse que eles podem fazer o que quiser contanto que não encostem em mim.
Então, bom, eu não estou agradecendo por não ter acontecido nada comigo, porque, simplesmente, não acho justo que eu tenha que agradecer por ter sido apenas roubada.
Sinceramente, estou de saco cheio, de ter que prestar atenção 24 horas por dia por onde ando, de ter que mudar determinados caminhos, por saber que ali é perigoso, de ter que parar para pensar que poderia ter sido pior, porque quer saber,
Eu sei que esses caras que me assaltaram, não precisavam da grana, eles não estavam mal vestidos, eles não precisavam do carro, eles estavam em um, eles não precisavam me fazer passar por esse desgosto, e mesmo assim fizeram, então, sinceramente, a única coisa que eu quero é justiça, quero que eles sejam presos, melhor, quero que rompam o ligamento do joelho, assim terão que operar no sus, depois de 5 anos de espera e com um médico cubano que vai errar no procedimento, impedindo eles de andar direito o resto da vida. Isso sim, seria justiça, até porque, eles são menores de idade, e todo mundo sabe que menores de idade não vão presos e nem são julgados pelos atos que cometem, não ficam nem de castigo.
Menor pode fazer o que quiser, que não vai nem responder pelo crime, como se menor não tivesse consciência das escolhas que faz. Menor tem maturidade para votar, tem discernimento para definir o certo e o errado, matar, roubar, estudar, mas não tem maturidade para ser condenado, porque mesmo?
Sei que não resolveria o problema do Brasil menor ir preso, o que resolveria é educação, colocar o menor na escola, de preferencia interna! Ensinar esse cara a ser alguém com caráter, digno e inseri-lo na sociedade. Mas claro, não temos nem escolas meio período capazes de ensinar o abecedário para nossos menores, quem dirá algo sobre caráter, educação ou trabalho.
Então, se querem saber, eu estou é PUTA com essa situação. Não só pelo valor do que foi roubado, até porque, paguei para ter algo que era meu, mas estou ainda mais puta, por ter que ouvir os outros dizendo que eu tenho que simplesmente apenas ser grata por não terem feito nada comigo.
Novamente insisto, não considero ser tirada do meu veículo, em uma rua no meu próprio bairro, como sendo nada feito comigo. Mas já que não morri no assalto, segundo todo mundo, não posso reclamar.
Da forma como as coisas estão, parece que nós que pagamos impostos, batalhamos para comprar nossas coisas e trabalhamos para sustentar vagabundos, estamos na realidade presos a uma sociedade que liberta o criminoso e prende o esforçado, porque nós temos que blindar nossos carros, andar com seguranças, evitar lugares para que possamos estar seguros, enquanto eles, tem todos os espaços livres sobre seu controle e não se privam da liberdade de andar por onde quiserem, de fazer o que bem entenderem.
Essa imagem encontrada no google representa bem como estou me sentindo: