Resenha: A casa da Floresta – Marion Zimmer Bradley


A casa da floresta da seqüência a história de Boudica e Liannon depois da batalha em que Boudica sacrificou a si mesma pela paz na Bretanha. Liannon mudou-se para a casa da floresta, onde se tornou suma sacerdotisa e deu continuidade aos ritos e crenças do povo.

Essa história não gira apenas em torno de Liannon, mas sim de Eilan, filha de um arqui-druida. Eilan se apaixona pelo romano, Gaius, um amor que seu pai ou qualquer sacerdote ou druida jamais aceitaria. E mesmo sabendo que esse amor lhe fora proibido, Eilan segue seu coração e deita-se com Gaius, gerando mais tarde um filho dele. Ambos seguem seus caminhos separados, torturando-se pelo amor que não podiam possuir e seguindo seus destinos como lhes mandavam seus pais e deuses. Eilan foi escolhida pela deusa para ser suma sacerdotisa depois de Liannon, e com a ajuda de Caillean, sacerdotisa e filha adotiva de Liannon, ela consegue seguir seu caminho com coragem, fé e determinação.

Em vários pontos do livro fica claro que Eilan e Caillean são a rencarnação das irmãs Domaris e Deoris de Os ancestrais de Avalon, e apartir do momento em que consegui fazer essa ligação a história ficou mais e mais interessante. Mas confesso que fiquei indignada com o final, principalmente por já ter lido a Sacerdotisa de Avalon, em que todos diziam que Eilan havia sido uma traidora de seu povo e algumas coisas mais, o final me intrigou, pois okay, ela foi considerada traidora, mas não consigo juntar o final desse com o outro livro, pois o modo como terminou foi completamente imprevisível e diferente do que eu achava que aconteceria! Pelo menos para mim que esperava algo mais suave. Não quero dizer aqui o final, mas confesso que foi muito mais pesado do que havia imaginado, em todos os sentidos foi mais pesado. E apesar de entender a ligação de Caillean e de Eilan, e elas terem justificado suas atitudes e escolhas e mesmo fazendo todo sentido, o final foi um grande choque, mas prova que o amor além de unir, pode destruir. E acho que é esse o ponto principal do livro, como tudo pode se tornar uma faca de dois gumes.

Recomendo o livro! Os personagens são mais marcantes que dos outros livros, apesar de abdicarem suas ambições pessoais pelo bem maior na maioria das situações. Acho engraçado, que não me considero uma pessoa egoista, mas toda vez que termino de ler um dos livros da Marion, sinto que sou a pessoa mais egoista do planeta, pois não acho que seria capaz de deixar minhas paixões de lado e seguir os caminhos nada faceis que a Deusa coloca as heroinas da história. E embora ache que muitas vezes as personagens agem certo, prefiro quando elas se revoltam e lutam pelo amor e por seus desejos antes dos desejos da Deusa. O engraçado é que mesmo seguindo seus desejos, no fundo elas descobrem estar seguindo a vontade da Deusa. E fica a dúvida, que na verdade não é bem uma dúvida e sim um comentário: se no fundo é isso que a Deusa quer, porque ela faz as personagens sofrerem tanto durante a história?! Mas o fato é que é por que é assim que a vida é, e ter tudo de bandeja não faria com que entendessemos e apreciassemos as coisas como elas realmente são.