Whenever You Close Your Eyes

Algum tempo depois ela volta a escrever como se nada tivesse acontecido, como se ainda fosse aquela criança que se diverte com pouco que fica brava com o mundo, que não deixa nada detê-la e que não tem medo de lutar pelo que acredita, mas a verdade, ela mudou, deixou de ser só aquela menina e pode-se dizer que talvez tenha virado mulher, aprendeu que nem sempre tudo pode ser do seu jeito, que as pessoas nem sempre são boas que coisas ruins também acontecem e que sonhos quando são deixados de lados se transformam em amarguras e depois viram apenas lembranças de como poderia ter sido.

Aprendeu a cair e também a se levantar, aprendeu a desistir e também saber a hora de lutar. Viu em primeira mão quando o conto de fadas virou a realidade, quando as dúvidas se tornaram mais fortes que o os desejos e mesmo assim, continuou acreditando na magia, embora todos tenham dito que era idiotice, que era infantilidade e que isso só a atrasaria. Ignorou os comentários e deixou que todos pensassem que havia esquecido seus ideais e sonhos, guardando-os no fundo de seu coração, pois só assim encontraria um lugar naquele mundo que diziam ser o futuro. A verdade? Fingir que o mundo de sonhos não a atraia e a chamava não resolveu nada, pelo contrário, complicou as coisas mais simples, escondeu as mais importantes e transformou sua vida, porém não do jeito que ela imaginava, afinal, ela continuava perdida procurando algo, porém não tinha pista nenhuma para encontrar. Passou a ter medo de se mostrar feliz, pois outros podiam sentir inveja, deixou de dançar por vergonha do que outros fossem pensar, não conseguia mais desenhar e por algum tempo, parou de escrever, quando isso aconteceu, deixou de acreditar em si mesma, e não acreditando nem mesmo nela, como poderia acreditar nos outros? Se tornou então uma pessoa desconhecida até para ela mesma, e hoje, procura desesperadamente algo que a faça voltar a ser aquela menina, e não mais essa mulher, para que a pequena menina possa mostrar o caminho e então encontrar a verdadeira mulher, aquela entre a menina sorridente e a mulher confiante. Que a faça se orgulhar de quem ela é, e assim mostrar aqueles que deixaram de acreditar, que é possível mudar, que é possível acreditar e que as coisas podem ser melhor, basta se esforçar.

Quando achava que tudo estava completamente perdido, ele apareceu, com seu jeito engraçado, garoto, homem, sorridente e dedicado, o meio termo entre o homem e o menino, alguém em quem ela poderia se inspirar, alguém por quem ela gostaria de mudar, alguém que a conquistou sem esforço, sem fingimento, com um coração bondoso e generoso, que sabe perdoar do mesmo jeito que sabe amar, que a aceita mesmo ela mesma não se aceitando, que mostra a ela um caminho em que é possivel ser feliz. Ele mostrou aquilo que ela deixara de acreditar, a magia que todos negavam realmente exisistir, atráves dos sentidos que ela vinha a ignorar, como a beleza de uma paisagem, o sorriso de uma criança, a ternura de um abraço, o poder de um sonho ou quem sabe a mais misteriosa e poderosa delas, que a dominou completamente e que a faz querer ser alguém melhor, a forma da magia conhecida como o amor.

E ele sem saber, deu a ela uma nova vida, um novo começo, por um novo caminho, em uma grande batalha, que não será fácil mas para ela, valerá qualquer esforço e desgaste para se transformar em alguém melhor, para que um dia possa olhar nos olhos dele e dizer que se orgulha da mulher que tornou, provando a si mesma que ninguém será melhor para ele do que ela mesma, assim como ninguém é melhor para ela do que ele.

Ao fechar os olhos, verão o amor que um sente pelo outro e serão simplesmente felizes.

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