Por quê um dia a gente entende…

Ela se perguntou durante muito tempo, por quê?

Hoje ela entendeu, não era real.

Mas mesmo assim dói. Dói saber que tudo aquilo que ela acreditou não passou de ilusão. A pessoa que ela achou que conhecia tão bem nem existe. Uma representação, um ato, foi só um jogo que não significou nada.

Dói saber que o que ela sentiu foi real, mas todo o contexto foi falso, que tudo o que ele dizia sentir não passava de mentiras, histórias criadas para torna-lo quem ele achava que ela queria.

Ela dizia, que odiava falsidade, odiava mentiras, ela que sempre tinha sido boa em evitar conta-las, em descobri-las, caiu na mais ridícula e mal feita, naquela em que todos ao seu redor podiam ver a verdade a única que não conseguia enxergar, era ela.

Como confiar em si mesma de novo, como saber que não acreditará em mentiras? Que as pessoas não mentirão sobre tudo o que sentem e sobre quem são?

Ela que sempre soube com quem contar, em quem confiar, quem escutar, que sempre foi seletiva em relação aqueles que defende, ela que sempre soube quando alguém estava inventando alguma história, enrolando para decidir as coisas, ou mesmo, evitando tocar em assuntos delicados, ela que sempre teve um feeling para ajudar os outros, para entender como se sentiam, para ajudar, simplesmente não consegue fazer mais nada.

Como voltar a acreditar em seu “dom”, ou mesmo nas pessoas depois de se iludir tanto, depois de ser enganada dessa maneira, não só por ele, mas por si mesma, por não acreditar naquilo que todos aqueles que a amavam falavam, por desafiar tudo e todos mesmo sabendo no fundo que acabaria se magoando.

Mas por pior que seja difícil acreditar em si mesma depois de tudo, o mais difícil é engolir o orgulho, ouvir os “eu te avisei”, parar de chorar, aceitar que terminou e seguir em frente. Pelo menos agora, ela entendeu que tudo não passou de mentiras, então deve ficar mais fácil aceitar e seguir em frente.